segunda-feira, 21 de abril de 2014

Insone

Sem me entender
me render
tampouco me socorrer
procuro sem querer te achar
– insistentemente.

A pele eriça.
Vestígios, fotos
nossas palavras
sua voz, lugares, sons
as cores
cheiros, olhares
tatos, nossos tratos
nossos fluidos.

Meus olhos d’água, cheios desse rio, desse mar.
Esse mundo líquido, tépido, comovente
tão movente
em que me lancei de cabeça um dia
e outro dia, e outro, e outro...

Eu fui inteira
e nos perdi
pelos caminhos, descaminhos,
atalhos mal recortados,
rasgos grotescos nas nossas carnes.
Dói.
A ligeira impressão de que tendo sido tudo
nunca foi tanto.

[lucilastelles]

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