Insone
Sem me
entender
me render
tampouco me
socorrer
procuro sem querer
te achar
–
insistentemente.
A pele eriça.
Vestígios, fotos
nossas palavras
sua voz,
lugares, sons
as cores
cheiros,
olhares
tatos, nossos
tratos
nossos fluidos.
Meus olhos
d’água, cheios desse rio, desse mar.
Esse mundo líquido,
tépido, comovente
tão movente
em que me
lancei de cabeça um dia
e outro dia,
e outro, e outro...
Eu fui
inteira
e nos perdi
pelos
caminhos, descaminhos,
atalhos mal
recortados,
rasgos grotescos
nas nossas carnes.
Dói.
A ligeira
impressão de que tendo sido tudo
nunca foi tanto.
[lucilastelles]
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